História

O Desportivo Francisco de Holanda (DFH) foi fundado a 8 de dezembro de 1942 por um grupo de alunos da Escola Industrial e Comercial Francisco de Holanda (atual Escola Secundária Francisco de Holanda), como forma de descontentamento perante a postura do Diretor da Escola, que nem sempre facilitava o empréstimo dos equipamentos para serem utilizados nos jogos de futebol inter-escolas. Numa primeira fase, o clube apenas praticava a modalidade de Futebol, no escalão de Juniores, utilizando para o efeito as instalações do Campo do “Bem-Lhe-Vai”, que pertencia ao Vitória Sport Clube.

Tudo correu bem até que um dia o Desportivo Francisco de Holanda conquistou o título regional de juniores, justamente com os mesmos pontos do Vitória Sport Clube mas em vantagem na diferença de golos. Obviamente que tal feito caiu mal no seio dos “donos da casa” e, em função deste resultado, o clube viu-se impedido de utilizar o único campo existente na cidade. Nessa altura, o clube vacilou mas não caiu. Seguiu-se a experiência de utilizar o campo das Caldas das Taipas, mas, logicamente, os custos inerentes e as dificuldades logísticas fizeram com que se acabasse com a prática do “desporto-rei”. Em meados da década de 50, e fruto da vinda para Guimarães de um futebolista brasileiro, o Caiçara, que era casado com uma praticante de Voleibol, o “Xico d’Holanda” começou a praticar Voleibol Feminino, num recinto em terra situado nas traseiras do Grémio do Comércio (hoje Associação Comercial e Industrial). Mais tarde, no início da década de 60, o DFH abraça a prática do Andebol, curiosamente contando quase exclusivamente com a participação de alunos do grande rival Liceu de Guimarães, onde se havia iniciado a prática da modalidade poucos anos antes, graças à vinda para os seus quadros de um professor de educação física (Professor Pipa), oriundo da cidade de Braga. A partir daí, nunca mais o Desportivo Francisco de Holanda deixou de ter como sua modalidade de referência o Andebol, situação que se mantém até aos tempos de hoje. Nesse entretanto, o clube foi preservando outras modalidades, tais como o Ciclismo, Voleibol, Basquetebol, Automobilismo, etc., tendo mesmo em algumas delas conseguido resultados com algum significado. Todavia, o Andebol continuou, e continua, a ser a modalidade principal. Nesta modalidade, o clube conseguiu inúmeros títulos regionais e alguns nacionais (Seniores – 1.ª e 2.ª Divisões e Taça Presidente da República, Juniores, Juvenis, Iniciados, Infantis, Minis, etc.). Atualmente, o clube possui equipas em todos os escalões etários de Andebol: Seniores, Juniores, Juvenis e Iniciados (Masculinos e Femininos), Infantis, Minis e Bambis.

O Desportivo Francisco de Holanda é considerado a nível nacional como um dos clubes referência, dada a sua atividade ininterrupta e a qualidade imprimida nos seus escalões de formação “fornecedores” habituais das seleções nacionais da modalidade. No dia 1 de dezembro de 1989, o clube inaugurou o seu pavilhão desportivo, na altura talvez um dos melhores (se não o melhor) do país, e que hoje em dia continua a ser uma das estruturas privadas com melhores condições para a prática das modalidades ditas de pavilhão (Andebol, Voleibol, Basquetebol, etc.).

A 24 de junho de 2009, o clube dá início a um novo ciclo com a criação oficial do Clube Desportivo Xico Andebol, que herda o espírito, os princípios e o património humano do DFH. Logo na época de estreia, em 2009/10, o clube conquista a Taça de Portugal e atinge os quartos-de-final da Challenge Cup, com uma equipa maioritariamente composta por atletas oriundos da formação. Desde então, o Xico Andebol afirmou-se como entidade desportiva autónoma, moderna e comprometida com a formação de excelência e a responsabilidade social.

A formação mantém-se como pilar estratégico. O clube foi distinguido pela Federação de Andebol de Portugal como Entidade Formadora de Nível Máximo, tanto no setor masculino como feminino, consecutivamente nos anos 2023, 2024 e 2025, uma das mais altas distinções no andebol nacional. Esta certificação traduz o rigor na gestão, a qualidade técnica e o compromisso educativo com os jovens atletas.

Paralelamente, o Xico Andebol implementou projetos inovadores como o Walking Handball, destinado a pessoas com mais de 60 anos, promovendo a prática adaptada de andebol aliada à saúde mental, ao combate ao isolamento e à promoção da autonomia. Este projeto tornou-se referência nacional, integrando objetivos da Agenda 2030 da ONU, nomeadamente nos domínios da saúde, inclusão e envelhecimento ativo.

Nos últimos anos, o clube acumulou distinções de mérito: vencedor nacional e regional dos Prémios Clube Top do IPDJ (2022) pelas melhores práticas de gestão e sustentabilidade; vencedor do Prémio BPI Fundação “la Caixa” com um projeto de intervenção social junto de crianças e jovens em risco; e entidade reconhecida como de Utilidade Pública em 2025, pela Presidência do Conselho de Ministros, pelo impacto desportivo, educativo e social.

A atuação do clube alarga-se a parcerias com escolas e instituições sociais, como o Agrupamento de Escolas Francisco de Holanda, a CLAIM de Guimarães, a Universidade do Minho, a Câmara Municipal de Guimarães e diversas organizações locais e nacionais, incluindo colaborações em projetos europeus como o SPIN Youth (Erasmus+).

No plano organizacional, o Xico Andebol tem modernizado os seus serviços e infraestruturas, apostando na digitalização, na eficiência energética, na gestão clínica integrada, e na qualidade dos serviços de apoio ao atleta. Tudo isto assente numa filosofia de gestão participativa, inovação, ética e compromisso comunitário.

Hoje, o Clube Desportivo Xico Andebol é uma referência incontornável no panorama desportivo nacional, reconhecido não apenas pelos resultados em campo, mas sobretudo pelo impacto social, educativo e cultural que imprime na cidade e no país. Mantendo viva a herança do Desportivo Francisco de Holanda, o Xico Andebol projeta-se para o futuro com os mesmos valores e renovada ambição.

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